Com a palavra

Arte-educadora conta trajetória de Alegrete a Santa Maria

data-filename="retriever" style="width: 50%; float: left;">Simone Cambraia Machado Haygert, 50 anos, é uma alegretense orgulhosa do seu chão. Adotou Santa Maria no final dos anos 1980 para cursar faculdade e casou-se com Carlos Jesus Pereira Haygert, com quem teve duas filhas, Luísa, 15, e Sophia, 13. Atualmente vivendo em Santa Maria, ela se divide entre a vida de esposa, mãe e arte-educadora, que lhe concede profunda satisfação profissional. Ela nos conta um pouco sobre sua vida e seu trabalho.

Diário - Qual sua relação com Santa Maria?
Simone Cambraia Machado Haygert - Sou "do" Alegrete, com muito orgulho, assim como os demais nascidos lá. Sou a quinta filha de Gessi Cambraia Machado, já falecida, e Amélio Severo Machado, 86 anos. Vim para Santa Maria em 1989 cursar Educação Artística, habilitação em Artes Plásticas. Em 1996 conheci meu marido. Nos casamos em 2003 e tivemos a Luísa e a Sophia. Atualmente vivo em Itaara e trabalho como arte educadora no CAPSi, Centro de Atenção Psicossocial da Infância e Adolescência. Moro em uma região de mata nativa, um pouco afastada do centro, próximo a Itaara. Santa Maria é minha segunda casa, tudo que construí de mais importante na vida, que é minha família, foi aqui na região.

Diário - Como foi sua infância? Do que você mais sente saudades?
Simone - Quando criança, vivi na estância de nossa família em Alegrete. Recordo-me das brincadeiras junto à natureza e das histórias que meu avô materno contava. Hoje, inspirada nesse passado feliz, vivo em meio à natureza e, também já fui contadora de histórias na Biblioteca Pública Municipal Henrique Bastide, aqui em Santa Maria. Sobre o que sinto falta: sinto muitas saudades de minha mãe, que faleceu há uns cinco anos.

Diário - Como surgiu essa vontade de estudar a arte como forma de terapia?
Simone - Cursei pós-graduação em Pesquisa e Especialização em Arteterapia pelo Instituto Sede Sapiens, São Paulo, e a Residência Multiprofissional em Saúde Mental Coletiva pela Escola de Saúde Pública do Rio Grande do Sul. Como arte-educadora, atuei por muito tempo em escolas municipais e particulares. Mas, curiosa e investigativa, como uma boa capricorniana, sempre me perguntei de que maneira inserir a arte para além das galerias e museus. Então comecei a pensar na arte e na saúde como interfaces de cuidado e promoção de saúde. Em 2005 tive a oportunidade de ingressar como arteterapeuta no Centro de Atenção Psicossocial da Infância e Adolescência (CAPSi), onde permaneço até hoje, atendendo adolescentes, individualmente ou em grupo. O Alzheimer da mãe me fez despertar certo interesse também por gerontologia. Estudar e atender a população idosa me agrada, por isso, nesse meio tempo, já consegui me dedicar a este tema também.

Diário - Como é o seu trabalho de arte educadora através da arterapia?
Simone - A arteterapia atua como uma facilitadora. Atuo nos processos terapêuticos, ofereço a possibilidade de expressão, ensino as técnicas artísticas para figurar e configurar dificuldades, bloqueios, medos, ansiedades. Criar, recriar, pensar e repensar os processos do fazer artístico. Observar, conhecer e reconhecer o repertório de habilidades emocionais, artísticas e sociais de cada sujeito. A arte serve como recurso terapêutico, onde o sujeito passa a ser mais consciente de si (ampliação de consciência, autoconhecimento) e de seu lugar de ser e estar no mundo. Sempre em acordo com as relações intra e interpessoais. Mas claro, tudo isto, em uma abordagem inter e multiprofissional. Onde cada profissional da equipe se insere no tratamento, conforme o projeto terapêutico singular de cada paciente.

Diário - Conte-nos algo que te traga orgulho:
Simone - Ser mãe é meu papel mais importante. Não tem receita nem simpatia (risos). Mas usando da intuição e escutando o coração a gente vai aprendendo. Cada fase do crescimento das minhas filhas, ensino e aprendo ao mesmo tempo. Como um trançado de macramê, às vezes apertamos os fios, às vezes frouxamos um pouco, e cada filha forma um desenho diferente e único. É saber que nós, como pais, ensinamos arte e humanidades para ambas. Outros conhecimentos elas acessarão no tempo delas.


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